A tarde está tão bela e tão serena Que convida a cismar: — vai pouco a pouco Desmaiando o rubor dos horizontes, E pela amena solidão dos vales Caladas sombras pousam: — breve a noite Abrigará com a sombra de seu manto A terra adormecida. Vinde ainda uma vez, meus sonhos de ouro, Nesta hora, em que tudo sobre a terra Suspira, cisma ou canta, Como esse afagador extremo raio, Que à tarde pousa sobre as grimpas ermas, Vinde pairar ainda sobre a fronte Do bardo pensativo; — iluminara Com um raio inspirado; Antes que os ecos todos adormeçam Da noite no silêncio, Quero um hino vibrar nas cordas d'harpa Para saudar a filha do crepúsculo.
Bernardo Guimarães |
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