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"Só algumas pessoas escolhidas pela fatalidade do acaso provaram da liberdade esquiva e delicada da vida" "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar" "Clarice Lispector"

23.4.07



O Uno e o Verso do Universo


O insondável (Tao) que se pode sondar
Não é o verdadeiro Insondável.
O Inconcebível que se pode conceber
Não indica o Inconcebível.
No Inominável está a origem do Universo.
O que é Nominável constitui a mãe de todos os seres.
O Ser indigita a Fonte Incognoscível.
O Existir nos leva pelos canais e cognoscíveis.
Ser e Existir são a Realidade total.
A diferença entre Ser e Existir É apenas de nomes.
Misterioso é o fundo
Da sua unidade.
Eis em que consiste a sabedoria suprema.
Lao-Tsé



Explicação Filosófica:
Tao é a realidade Insondável, o Brahman Absoluto, a Divindade Transcendente, que, como tal, não é acessível ao nosso conhecimento finito. Tao, o Ser Ontológico, ultrapassa todo o nosso conhecer lógico. Só conhecemos a divindade Transcendente na forma de Deus Imanente. O nosso conhecer finito finitiza o Ser Infinito.

Tao é em si mesmo anônimo e inominável. Quando o nominamos, reduzimos a um plano finito o Infinito, relativizamos o Absoluto, parcializamos o Todo, colorimos o Incolor, personalizamos o Impersonal. O que se pode dizer e pensar não é a Realidade Absoluta, que é indizível e impensável. Através dos óculos da nossa finitude humana enxergamos a Infinitude Divina, visualizando-a assim como nós somos, mas não assim como ela é.

O ser e o existir, a Essência e a Existência, o Uno e o Verso constituem o Universo, a unidade do Real na Diversidade dos Realizados, que é a Realidade Total.

A plenitude do Todo nos afeta como sendo a Vacuidade do Nada - por excesso de Luz. A essência do Ser é para o nosso conhecer como se fosse o Nada.

Para nós, somente o Algo Existencial é objeto de conhecimento - o Todo Essencial é totalmente incognoscível, como se fosse o puro Nada. Toda a sabedoria consiste em evacuarmos essa Vacuidade, em nulificarmos essa Nulidade, não para enxergarmos o Todo da Essência, mas para sermos invadidos pelo Todo.

Em linguagem matemática diríamos: o "1" representa o Todo da Essência Infinita; o "0" simboliza o Nada da não-Essência; mas, se colocarmos o Nada da não-Essência do lado direito do Todo da Essência, resulta o algo da Existência: 10, 100, 1.000, etc.

O infinito gera do seio do Nada o Finito ou o Algo.

O Algo Existencial é filho do Todo Essência gerado no seio do Nada.

Brahman, o Pai Infinito, gera os mundos, pelo seio de Maya, Mãe de Todos os Finitos: 1.000.000. Os nossos algarismos, que costumamos chamar arábicos, tiveram origem na Índia; o "1" simboliza o masculino; o "0"
representa o feminino, e da união desses dois nascem todas as Existencialidades.

Intuir essa Verdade é sabedoria suprema, diz Lao-Tsé.
Sabedoria ou Sapiência não é Inteligência. Saber é saborear experiencialmente, intuitivamente, não é pensar analiticamente.

A ciência é o produto da inteligência – a sapiência é dádiva da razão.

A ciência vem do pequeno ego - a sapiência brota da Fonte do grande Cosmos, que no homem se revela como o Eu e flui pelos canais humanos, se esses estiverem devidamente desegoficados e firmemente ligados à Fonte cósmica. A cosmo-plenitude plenifica a ego-vacuidade.
Texto: Huberto Rohden



2 Comments:

Blogger josef diz...

Un bello blog pleno de sentimientos. Ah! Feliz dia do livro! Com retrasso mais bon voluntade. Un saludo! Josef.

5:34 AM  
Blogger belakbrilha diz...

UIIIIIIIIIIIIIII

Este texto tem de ser lido muitas vezes.

Para o poder entender, hoje pelo menos, não estou com cabeça para pensar sobre esta problemática.

Filosofia sempre foi uma das minhas paixões!

mas outra paixão é aprender a fazer estas postagens! ;P

bjs ternos da amiga

5:41 PM  

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No amor, nem sempre são as faltas o que mais nos prejudica, mas sim a maneira como procedemos depois de as ter cometido. "Oví­dio"