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"Só algumas pessoas escolhidas pela fatalidade do acaso provaram da liberdade esquiva e delicada da vida" "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar" "Clarice Lispector"

1.8.06

Edna Vincent Millay





“E se eu te amasse na quarta,
Não te amaria na quinta.
Isto pode ser verdadeiro.
Por que você reclama?
Te amei na quarta sim,
E daí?”


“Minha vela queima dos dois lados.
Não durará a noite toda.
Mas ah! Meus amigos,
ah! Meus inimigos
É de uma luz maravilhosa!"

“Você me escreveu uma bela carta, - Eu ficarei surpresa se você pretendia que isto fosse tão belo como foi - Eu acho que você de alguma forma quis mostrar seus sentimentos para mim, entretanto como estranho isto é, esta é a natureza do amor -, Quando você me dirá para vir, eu vou, no próximo trem, vou como eu sou.
Isso não será por humildade.
Posso lhe garantir.
Eu não vou naturalmente por humildade, sabendo que isto seria uma orgulhosa rendição para você.”

Que lábios já beijei, esqueci quando e porquê,
e que braços sob a minha
cabeça até ser dia; a chuva alinha
os fantasmas que rufam, suspirando,
no espelho, respostas esperando,
e no meu peito uma dor calma aninha
rapazes que não lembro e a mim sozinha
à meia-noite já não vêm chorando.
No inverno a solitária árvore assim
nem sabe que aves foram uma a uma,
sabe os ramos mais mudos: nem sei quais
amores vindos, idos, eu resuma,
só sei que o verão cantou em mim
breve momento e em mim não canta mais.

Porque a chuva tem um som benévolo
Para quem jaz sete pés no subsolo;
E apesar da voz ou face amistosa,
O túmulo é uma morada silenciosa.



Não me conformo com o encerramento
de amáveis corações na árdua terra
Assim é, e assim será, pois assim tem sido desde tempos imemoriais:
Para as trevas vão os sábios e os belos.
Coroados de lírios e de louros se vão,
mas não me conformo.
Amantes e pensadores, a terra com vocês,
unificando-se com a poeira fosca e promíscua.
Um fragmento do que você sentiu, do que conheceu,
uma fórmula, uma frase permanece - mas o melhor se perdeu.
As respostas rápidas e mordazes, o olhar franco, o
riso, o amor -Tudo se foi. Se foi para alimentar as rosas.

Elegante e ondulada é a flor.
Frangrante é a flor. Eu sei. Mas não aprovo.
Mais precioso era a luz nos seus olhos
do que todas as rosas do mundo.
Descendo, descendo, descendo para a
escuridão da tumba gentilmente se vão, os belos, os
tenros, os bons; Silentes se vão, os inteligentes, os espirituosos, os valentes.
Eu sei. Mas não aprovo. E não me conformo
Edna Vincent Millay, *1892 +1950



1 Comments:

Blogger Paulo de Tarso diz...

Parabéns pela escolha de Edna, uma das maiores poetas ("poetisa é senhora desocupada", segundo Mário Quintana).

8:40 AM  

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No amor, nem sempre são as faltas o que mais nos prejudica, mas sim a maneira como procedemos depois de as ter cometido. "Oví­dio"