Não me lembro do momento em que transpus,
pela primeira vez, o limiar da vida.
Que força foi essa que me fez despontar
nesse imenso mistério como um botão de flor
numa floresta à meia-noite?
Quando olhei a luz pela manhã,
senti logo que não era um estrangeiro neste mundo;
que o inescrutável, que não tem nome nem forma,
me tomara em seus braços sob
a aparência da minha própria mãe.
Assim também, o mesmo desconhecido
me aparecerá na morte,
como alguém que sempre conheci.
E porque gosto desta vida,
sei que também gostarei da morte.
A criança chora, quando a mãe
a retira do seu seio direito,
mas cala no momento em que acha
no seio esquerdo o seu consolo.
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