Psy

"Só algumas pessoas escolhidas pela fatalidade do acaso provaram da liberdade esquiva e delicada da vida" "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar" "Clarice Lispector"

15.1.09







Acordei com os primeiros pássaros, já minha lâmpada morria.
Fui até à janela aberta e sentei-me, com uma grinalda fresca
nos cabelos desatados...
Ele vinha pelo caminho na névoa cor de rosa da manhã.
Trazia ao pescoço uma cadeia de pérolas e o sol batia-lhe na fronte.
Parou à minha porta e disse-me ansioso:
— Onde está ela? Tive vergonha de lhe dizer:
— Sou eu, belo caminhante, sou eu.





Anoitecia e ainda não tinham acendido as luzes.
Eu atava o cabelo, desconsolada.
Ele chegava no seu carro todo vermelho, aceso pelo sol poente.
Trazia o fato cheio de poeira.
Fervia a espuma na boca anelante dos seus cavalos...
Desceu à minha porta e disse-me com voz cansada:
— Onde está ela? Tive vergonha de lhe dizer:
— Sou eu, fatigado caminhante, sou eu.





Noite de Abril.
A lâmpada arde neste meu quarto que a brisa do Sul enche suavemente.
O papagaio palrador dorme na sua gaiola.
O meu vestido é azul como o pescoço dum pavão,
e o manto verde como a erva nova.
Sentada no chão, perto da janela, olho a rua deserta ...
Passa a noite escura e não me canso de cantar:
— Sou eu, caminhante sem esperança, sou eu.

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"





Damos, muitas vezes, nomes diferentes às coisas:
O que para mim são espinhos,
vós chamais-lhe rosas


Corneille , Pierre

O que é que há,
pois, num nome?
Aquilo a que
chamamos rosa,
mesmo com outro
nome, cheiraria
igualmente bem

Shakespeare, William

1 Comments:

Blogger Antônio Crotti diz...

Oi Psy, tudo jóia? Passei um tempo sem visitar seu blog... Que bom que ainda continua um dos mais lindos da net. Parabéns!
Abraços,
Antônio Eduardo

9:42 PM  

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No amor, nem sempre são as faltas o que mais nos prejudica, mas sim a maneira como procedemos depois de as ter cometido. "Oví­dio"