I
Assim aos poucos vai sendo levada a tua Amiga, a tua Amada!
E assim de longe ouvirás a cantiga da tua Amada, da tua Amiga.
Abrem-se os olhos – e é de sombra a estrada para chegar-se à Amiga, à Amada!
Fecham-se os olhos – e eis a estrada antiga, a que levaria à Amada, à Amiga.
(Se me encontrares novamente, nada te faça esquecer a Amiga, a Amada! Se te encontrar, pode ser que consiga Ser para sempre a Amada Amiga!)
II
E assim aos poucos vai sendo levada a tua Amiga, a tua Amada!
.
E talvez apenas uma estrelinha siga
a tua Amada, a tua Amiga.
Para muito longe vai sendo levada, Desfigurada e transfigurada, sem que ela mesma já não consiga dizer que era a tua profunda Amiga.
sem que possa ouvir o que tua alma brada: que era tua Amiga e que era a tua Amada.
Ah! do que disse nada mais se diga! Vai-se a tua Amada – vai-se a tua Amiga!
Ah! do que era tanto, não resta mais nada...
Mas houve essa Amiga! mas houve essa Amada! .
Cantar de Vero Amor, Cecília Meireles
.
|
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home