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"Só algumas pessoas escolhidas pela fatalidade do acaso provaram da liberdade esquiva e delicada da vida" "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar" "Clarice Lispector"

4.5.09

Despedida


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Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão. -
Por não Ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ?
Tudo.
Que desejas ?
Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão.


Cecília Meireles




Os vivos vêm pisando a grama,
vêm ler no morro as inscrições;
o cemitério ainda os atrai;
os mortos é que não vêm mais.

Os versos nele se repetem:
“Aqueles que hoje vivos vêm
a ler as pedras e se vão
mortos é que amanhã virão.”

Certas da morte as lousas rimam,
mas não sem deixar de notar
que nenhum morto já não vem.
Do que é que os homens medo têm?

Seria fácil ser esperto
e lhes dizer: "Eles detestam
a morte, e já não entram nela."
Talvez caíssem na esparrela.


Robert Frost, tradução de Renato Suttana


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No amor, nem sempre são as faltas o que mais nos prejudica, mas sim a maneira como procedemos depois de as ter cometido. "Oví­dio"