Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estão deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão. Meu caminho é sem marcos nem paisagens. E como o conheces ? - me perguntarão. - Por não Ter palavras, por não ter imagem. Nenhum inimigo e nenhum irmão. Que procuras ? Tudo. Que desejas ? Nada. Viajo sozinha com o meu coração. Não ando perdida, mas desencontrada. Levo o meu rumo na minha mão. A memória voou da minha fronte. Voou meu amor, minha imaginação ... Talvez eu morra antes do horizonte. Memória, amor e o resto onde estarão? Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra. (Beijo-te, corpo meu, todo desilusão ! Estandarte triste de uma estranha guerra ... ) Quero solidão.
Cecília Meireles
Os vivos vêm pisando a grama, vêm ler no morro as inscrições; o cemitério ainda os atrai; os mortos é que não vêm mais.
Os versos nele se repetem: “Aqueles que hoje vivos vêm a ler as pedras e se vão mortos é que amanhã virão.”
Certas da morte as lousas rimam, mas não sem deixar de notar que nenhum morto já não vem. Do que é que os homens medo têm?
Seria fácil ser esperto e lhes dizer: "Eles detestam a morte, e já não entram nela." Talvez caíssem na esparrela.
Robert Frost, tradução de Renato Suttana
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