Psy

"Só algumas pessoas escolhidas pela fatalidade do acaso provaram da liberdade esquiva e delicada da vida" "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar" "Clarice Lispector"

31.7.06

Os Presentes



Que presentes te daria
Uma estrela vã do firmamento
Pra iluminar o vão do pensamento
Uma TV na garantia


Árvores plantadas no cimento
E o meu perfume na rosa dos ventos
Um novo ritmo
Cartas de amor com frente e verso
E meu percurso nesse universo

Nas horas sem fim
Em que a dor não tem mais cabimento
É no teu prumo que eu me oriento
Catedrais de alvenaria
Senhas pra não mais perder a vez
Casa, comida e um milhão por mês.

>Kléber Albuquerque<




clica para ouvir parte da música, voz Eliana Printes.


29.7.06

A Profecia Celestina

Uma Aventura da Nova Era



Sinopse: Um manuscrito antigo é descoberto nas florestas do Peru, e seu conteúdo promete mudar o planeta para sempre. A igreja católica e o exército tentam escondê-lo, mas um grupo de resistência consegue cópias do documento e começa a praticar seus ensinamentos através de nove visões que a humanidade precisa conhecer.

É um livro que trata o saber espiritual como parte do nosso cotidiano. É a consciência das chamadas "coincidências", uma visão positiva e global sobre a vida humana na terra.

Li este livro há alguns anos e estou a reler. (Engraçado, a compreensão muda conforme a perspectiva com que o leio).
É um dos livros indico a sua leitura.

A estória baseia-se em um antigo manuscrito, descoberto nas florestas do Peru.
O sentido da vida humana é abordado numa forma surpreendentemente simples e lógica. Nos leva a um incrível "estado" de serenidade e compreensão, porque os segredos e verdades estabelecidos em nove visões representam um elo entre o espiritual e o físico.

Não são de fato "visões" no sentido esotérico como se pode imaginar, mas no sentido de percepção, constatação e conscientização, porque tudo o que é aprendido é internalizado no momento da "visualização", isto é, o conhecimento só é adquirido no momento em que formamos uma imagem clara e definida na consciência. A leitura é dinâmica, envolvente e nos permite muitos "insights".

O filme foi lançado este ano no festival de Cannes e esta em exibição nos cinemas Americanos.
Site do filme: A Profecia Celestina



Existe uma coisa a mais, é a Primeira Visão
Alguma vez você já teve um palpite ou intuição sobre uma coisa e, sem mais nem menos, acontece igual ou semelhante? Quantas vezes nos deparamos com situações em que nossa primeira reação é dizer: "- Mas que coincidência...!", ou então: "- Como esse mundo é pequeno...!".
Isso tem acontecido muito seguido na vida de todos nós e, quando acontece, temos a sensação de que alguma coisa está ocorrendo, que alguma força exterior está agindo como que se estivesse nos dando um aviso ou até mesmo guiando nosso destino.

O Pensamento Universal
A Segunda Visão é uma retrospectiva do nosso pensamento. Na prática, estivemos tão envolvidos no corre-corre da vida e em garantir nossa segurança que esquecemos do nosso bem estar espiritual e nosso sossego íntimo. A primeira visão provoca uma parada para reflexão onde surge: "que estive fazendo?", "por que?" "para que?". Ao tentar responder essas perguntas, tomamos consciência das influências recebidas das pessoas próximas e também do pensamento universal ao longo do tempo. Temos então a sensação de estarmos, não sozinhos, mas inseridos numa corrente global em movimento.

Contemplação da energia
A Terceira Visão diz respeito à consciência de que o universo todo é pura energia vibrando em diferentes níveis, pode ser vista e reage às nossas expectativas e ações.
Essa energia passa a ser sentida ao observarmos as coisas da natureza ao nosso redor, começando pelas plantas e árvores, depois pelos outros seres e daí para as outras coisas, onde tudo convive e se ajusta em harmonia.

Luta pela sobrevivência?
A Quarta Visão trata do conflito humano e seus mecanismos. É a consciência de que nas relações humanas tendemos a controlar, dominar e manipular os outros, com o intuito inconsciente de absorver-lhes a energia.
Se é inconsciente, qual a origem desse "impulso"? Nossa insegurança? Nossas crenças?


A Quinta Visão
Define que nossa escassez de energia pode ser remediada quando nos ligamos numa fonte superior de energia. O universo nos proporciona tudo o que necessitamos, bastando apenas que estejamos abertos a isso .

A Sexta Visão
Nos leva a identificar nossos dramas repetidos e descobrir a verdade sobre nós mesmos.

A Sétima Visão
Põe em movimento a evolução dos eus mais autênticos, através da pergunta, da intuição sobre o que fazer, e da resposta. Permanecer nessa corrente mágica era a verdadeira felicidade.

A Oitava Visão
Aprender como se relacionar de uma maneira nova com os outros, realçando o que de melhor existe neles, é a chave para manter o mistério atuando e as respostas surgindo.
Quanto mais beleza vemos, mais evoluímos. Quanto mais evoluímos, mais alto vibramos.

A Nona Visão
Nos revela que, em última análise, nossa percepção e vibração aumentadas nos abrirão um céu que já está diante de nós. Apenas não podemos vê-lo.
Imagem: Rasmus Lindersson


A Profecia Celestina Autor: James Redfield
Editora: Objetiva - 52ª Edição - 1993
Outros livros de James Redfield :
A Décima Profecia
O Segredo de Shambhala
A Visão Celestina





Por Favor, Me Toque

Por favor... Toque-me
Preciso sentir você
Para poder viver.


imagem: Naz Aksoy
Se sou bebê...Por favor, me toque. Preciso de seu afago de uma maneira que talvez você nunca saiba. Não se limite a me banhar, trocar minhas fraldas e me alimentar, mas me embale aconchegando, beije o meu rosto e acaricie o meu corpinho. Seu carinho gentil, confortador, transmite segurança e amor...



imagem: Andrea


Se sou criança...
Por favor, me toque, ainda que eu resista e até rejeite, insista, descubra um jeito de entender a minha necessidade. Seu abraço de boa noite ajuda a adoçar meus sonhos. Seu carinho de dia, me diz o que você sente de verdade...


imagem: Ahmed Hadrovic
Se sou adolescente...
Por favor, me toque. Não pense que eu, por estar quase crescido, já não preciso mais saber que você ainda se importa. Necessito de seus abraços carinhosos, preciso de uma voz terna. Quando a vida fica difícil, a criança em mim volta a precisar...

Se sou amigo/a...
Por favor, me toque. Nada como um abraço afetuoso para eu saber que você se importa. Um gesto de carinho quando estou deprimido, me garante que sou amado, e reafirma que não estou só. Seu gesto de conforto, talvez seja o único que eu consiga...
Se sou seu parceiro/a...
Por favor, me toque. Talvez você pense que a sua paixão basta, mas só seus braços detêm meus temores. Preciso de seu toque confortador, para lembrar que sou amado/a...

Se sou seu filho/a adulto...
Por favor, me toque. Embora possa até ter minha família para abraçar, ainda preciso dos braços de mamãe e papai quando me machuco.
Como pai, como mãe, a visão é diferente, eu os estimo demais...
Se sou seu pai idoso / sua mãe idosa...
Por favor, me toque, do jeito que me tocaram quando eu era bem pequeno. Segure minha mão, sente-se perto de mim, dê-me força e aqueça meu corpo cansado com sua proximidade. Minha pele, ainda que muito enrugada, adora ser afagada...



imgem: Ictenbey


Não tenha medo, apenas me toque.
>Phyllis K. Davis<

27.7.06

Felicidade


Que a felicidade não dependa do tempo.
Nem da paisagem.
Nem da sorte.
Nem do dinheiro.

Que ela possa vir com toda a simplicidade.
De dentro para fora.
De cada um para todos.
Que as pessoas saibam falar,calar.
E acima de tudo ouvir.



Que tenham um amor.
Ou então sintam falta de não tê-lo.
Que tenham um ideal.
E tenham medo de perdê-lo.
Que amem ao próximo e respeitem sua dor.
Para que tenhamos certeza de que viver...
Vale a pena!...
>Glácia Daibert<


Use sua taça de cristal





Hoje existem edifícios mais altos e estradas mais largas,
Porém temperamentos pequenos e pontos de vista mais estreitos.
Gastamos mais,
Porém desfrutamos menos.
Temos casas maiores,
Porém famílias menores.
Temos mais compromissos,
Porém menos tempo.
Temos mais conhecimentos,
Porém menos discernimento
Temos mais remédios,
Porém menos saúde.
Multiplicamos nossos bens,
Porém reduzimos nossos valores humanos.
Falamos muito, amamos pouco e odiamos demais.
Chegamos à Lua,
Porém temos problemas para atravessar a rua e conhecer nosso vizinho
Conquistamos o espaço exterior,
Porém não o interior.

Temos dinheiro, porém menos moral . . .




É tempo de mais liberdade,
Porém de menos alegrias . . .
Tempo de mais comida,
Porém menos vitaminas...
Dias em que chegam dois salários em casa,
Porém aumentam os divórcios.
Dias de casas mais lindas,
Porém de lares desfeitos.
Por tudo isso,
Proponho que de hoje e para sempre . . .
Você não deixe nada " para uma ocasião especial ", porque cada dia que você viver será uma ocasião especial.
Procure Deus...
Conheça-o.
Leia mais, sente na varanda e admire a paisagem sem se importar com as tempestades.
Passe mais tempo com sua família e com seus amigos, coma sua comida preferida, visite os lugares que ama.
A vida é uma sucessão de momentos para serem desfrutados, não apenas para sobreviver.
Use suas taças de cristal, não guarde seu melhor perfume, é bom usá-lo cada vez que sentir vontade




As frases:
" Um desses dias ",
" Algum dia ",
Elimine-as de seu vocabulário.
Escreva aquela carta que pensava escrever
" Um desses dias ".
Diga a seus familiares e amigos
o quanto os ama.
Por isso não protele nada daquilo que somaria à sua vida sorrisos e alegria.
Cada dia, hora e minuto são especiais . . .
E você não sabe se será o último . . .
Desconheço a Autoria do Texto


...




- Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia, disse Nietzche.
- Como assim, não oferecer companhia?
- Por não prezarem as coisas que prezo! Às vezes enxergo tão profudamente a vida que, de repente, olho ao redor e vejo que ninguém me acompanhou e que meu único companheiro é o tempo."

(do livro Quando Nietzsche Chorou, de Irvin Yalom, página 304.)
ouvindo

26.7.06

Conversa Intíma

ouvindo


-(...) E então você não quis mais nada disso.
E parou com a possibilidade de dor, o que nunca se faz impunemente.
Apenas parou e nada encontrou além disso.
Eu não digo que eu tenha muito, mas tenho ainda a procura intensa e uma esperança violenta.
Não esta sua voz baixa e doce. E eu não choro, se for preciso um dia eu grito, Lóri.


Estou em plena luta e muito mais perto do que se chama de pobre vitória humana do que você, mas é vitória.
Eu já poderia ter você com o meu corpo e minha alma. Esperarei nem que sejam anos que você também tenha corpo-alma para amar.

Nós ainda somos moços, podemos perder algum tempo sem perder a vida inteira.
Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia.
Não somos amado, acima de todas as coisas.

Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos.
Temos amontoados de coisas e seguranças por não termos um ao outro.
Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada.
Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas.

Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo.
Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.
Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes.
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios.

Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível.
Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa.
Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada.
Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa.
Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses.


Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz.
Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos.
Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.
Mas eu escapei disso, Lóri, escapei com a ferocidade que se escapa da peste, Lóri, e esperarei até você também estar mais pronta. (...)


Extraído de"Uma Aprendizagem ou O livro dos Prazeres" - Clarice Lispector.

Noções



Entre mim e mim, há vastidões bastantes
Para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
Só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.

Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a:
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
E este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é a minha alma:
Qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
Como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...
>Cecília Meireles<


Quando Julgamos


O que julgamos ser óbvio
Quase nunca o é em verdade.
O que julgamos ser verdade
Quase nunca o é em absoluto.
O que julgamos ser absoluto
Quase nunca o é para sempre.
O que julgamos ser para sempre
Quase nunca vai além do amanhã.
O que julgamos ser até amanhã
Quase nunca chega até lá de fato.

Quando julgamos, quase sempre o fazemos com nossos sentimentos e sem ter o conhecimento de todo o contexto, nos falta compreender o que seja a transitoriedade da vida, por isso, na grande maioria das vezes erramos.
>Sérgio Rossetto<

Aprendiz

música


O que você lembra em mim
pode não estar exatamente igual mas,
tenha certeza de uma coisa:
se mudou, foi para melhor
porque a vida é sábia e,
quando não aprendemos,
ela repete a lição.
É exigente, não retrocede,
mas é paciente, deixa de recuperação.

Um dia você me ajudou a perceber a capacidade que temos de criar o nosso próprio universo e, o mais importante,
sermos responsáveis por ele.

Acredito que Deus, na manutenção do universo envia "Anjos" para estarem nos caminhos dos homens, interagindo no eliquilíbrio de cada um de nós.
Pela tua trajetória (história), intimamente, penso que você seja um desses.
Você faz a diferença para todos aqueles que um dia estiveram no teu caminho.

>Maria José<

Para uma pessoa amiga. (P.I.)



"O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo;
o que for o teu desejo, assim será tua vontade;
o que for tua vontade, assim serão teus atos;
o que forem teus atos, assim será teu destino."

Brihadara-nyaka Upanishad IV, 4.5 (Há 5.000 anos)

Encontro

ouvindo


Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um
carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães,
cada um vai embora com um pão...
Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada
cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem,
eles trocam as idéias, cada homem vai embora
com duas idéias...
>Ditado Chinês<

Para Verônica

ouvindo



Em algum lugar do passado
Eu te deixei.
No presente,
Vejo você chegar...
Eu sabia,
Um dia,
Te encontrar.

Foi a forma de Deus
Me dizer que
Ainda sou capaz de Amar
E, de alguma forma
Ser Amada também.


Obrigada, por você existir em minha vida.
(para Verônica)


imagens: Kin Anderson

25.7.06

A Felicidade

ouvindo


Só a leve esperança em toda a vida
Disfarça a pena de viver, mais nada
Não e mais a existência resumida
Que uma breve esperança malograda

O eterno sonho dalma desterrada
Que a traz ansiosa e embevecida
E uma hora feliz sempre adiada
E que não chega nunca em toda vida

Essa felicidade que supomos
Arvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos

Existe sim, mas nunca a encontramos
Porque ela esta sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nos estamos
>Fernando Pessoa<




24.7.06

A Terceira Via



Meu espírito - que é o alento de Deus em mim - te deseja
pra fazer não sei o que com você.
Não é beijar, nem abraçar, muito menos casar
e ter um monte de filhos.
Quero você na minha frente, extático
- Francisco e o Serafim, abrasados -,
e eu para todo o sempre
olhando, olhando, olhando...
>Adélia Prado<



ouvindo

Efeitos

Transitório

música
    

Quando olho para as tumbas dos grandes homens,
qualquer resquício de sentimento de inveja morre dentro de mim;
quando leio os epitáfios dos magníficos, todos os desejos desordenados desaparecem;
quando me deparo com o sofrimento dos pais em um túmulo, meu coração se desmancha de compaixão;
quando vejo a tumba dos próprios pais, lembro do quanto é vão chorarmos por aqueles a que logo seguiremos;
quando vejo reis colocados ao lado daqueles que os depuseram, quando medito sobre os espíritos antagônicos enterrados lado a lado, ou os homens sagrados que dividiram o mundo com suas discussões e contendas, medito cheio de dor e surpresa, sobre a pequenez das disputas, facções e debates da humanidade.

Quando leio as variadas datas dos túmulos, algumas recentes, outras de seiscentos anos atrás, penso no grande Dia, no qual seremos todos contemporâneos, e faremos
nossa aparição conjunta.

>Joseph Addison<



Nascemos só
E só partiremos
Daqui, levaremos só os sentimentos que criamos
Em nós e nos outros,
bem como o resultado de nossas ações nos corações.
O resto, é transitório.
>Secret´s<

Julgamento Rigoroso


imagem AD

Atrás da infelicidade e dos vários distúrbios emocionais existe uma auto desvalorização, uma baixa estima.

A consciência do valor de cada um de nós como pessoa humana é à base da construtividade, da produtividade e do crescimento.
Por outro lado vivemos numa sociedade que se caracteriza pela competição e hostilidade nas relações. E o instrumento fundamental do exercício competitivo é a crítica.
Somos criticados constantemente e também criticamos as outras pessoas. Em nome da ajuda, temos um certo prazer em apontar os pontos fracos das outras pessoas e permitimos que os outros façam o mesmo.
Julgamos excessivamente e somos julgados em todos os lugares onde nos encontramos.

Existem dois tipos de crítica: a construtiva e a destrutiva. Ao contrário, porém, do que pensa a maioria, a construtividade ou destrutividade do julgamento depende de quem recebe a crítica e não do julgador.
Se, ao sermos criticados, refletimos no que foi dito, aprendemos e crescemos e a ação hostil dos que nos puxam para baixo transforma-se em aliada e ganhamos com isso.
Se, ao contrário, recebemos as palavras malevolentes reativamente, se duvidamos do nosso valor humano apenas pelo fato de sermos apontados em erros, então a crítica se tornou destrutiva.

Certa vez um Mestre foi procurado por um jovem que se sentia fraco, inseguro, sem valor e que lhe perguntou o que poderia fazer para ser mais valorizado pelas outras pessoas.
Só poderei ajudá-lo, disse o mestre, depois que você me ajudar a resolver um problema.
O Mestre tirou do dedo um anel que usava e pediu ao jovem que fosse ao mercado e tentasse vender o anel para que ele pudesse pagar uma dívida.
Procure obter o máximo por esse anel, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. O jovem partiu com o anel.
Chegando ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores.
Todos riam ao ouvir o que o rapaz desejava pelo anel. Um velhinho que assistia à tentativa de o jovem vender o anel tentou ajudá-lo, explicando lhe que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar o anel.
Desanimado, o rapaz retornou ao Mestre e lhe disse ser impossível vender a jóia pelo preço pretendido.

–Precisamos primeiramente saber o valor real do anel, respondeu o Mestre. Vá a um joalheiro e peça-lhe uma avaliação.
Diga-lhe que você quer vender o anel e pergunte quanto ele lhe dá por ele. Qualquer que seja, porém , o que lhe ofereça não o venda.Volte com o anel.

O moço foi ao joalheiro, que, após examinar o anel com uma lupa disse:

-Diga ao seu Mestre que não posso oferecer mais que 80 moedas de ouro. O jovem ficou estupefato e saiu correndo emocionado para contar ao Mestre o que ocorreu.
– “Você é como este anel, disse o Mestre, valioso e único. Você só deve aceitar uma avaliação de quem entende de pessoa humana.
Vivemos por todos os mercados do mundo pretendendo que pessoas ignorantes nos valorizem.”

Infelizmente, permitimos e até pedimos que as pessoas nos julguem e assim nós nos distanciamos do nosso verdadeiro valor.
Nossa auto-estima vai diminuindo, a medida que as críticas diretas ou indiretas nos atingem.
Somos imperfeitos, temos nossos defeitos, mas isso não invalida nossa riqueza enquanto seres em desenvolvimento.
Da próxima vez que alguém tentar nos jogar para baixo, deixemos essa informação temporariamente de lado e pensemos em algum fato ou algum momento em que fomos positivos.
Só o fato de existirmos e estarmos onde estamos já é suficiente para nos provar o nosso valor.

Como dizia Santo Agostinho: “Não somos maiores quando nos elogiam e nem menores quando nos criticam”.
>Antônio Roberto<


imagem Teodora Maftei

Entendo como crítica construtiva aquela que é "falada" a própria pessoa e não para os outros, caso contrário, deixa de ser "crítica" e vira "fofoca".
Precisa ser desprovida de emoção, ter o propósito de auxiliar e não de mal dizer o outro.
A crítica quando ressalta as falhas sem conhecimento de causa e "auto-exemplo", movida pelo mórbido prazer de intimidar ou subestimar, deixa de ser crítica e passar a ser antipatia, inveja e despeito.
Em resumo, creio que, talvez até de forma inconsciente, o que vemos nos outros que nos incomoda ou agrada pode ser:
* o que somos e não gostamos de ser;
* o que não somos e gostaríamos muito de ser.
>Secret´s< ouvindo

22.7.06

A criança em Ruínas

ouvindo




No tempo em que éramos felizes não chovia.
Levantávamo-nos juntos, abraçados ao sol.
As manhãs eram um céu infinito nosso amor
era as manhãs.
No tempo em que éramos felizes
o horizonte tocava-se com a ponta dos dedos.
As marés traziam o fim da tarde e não víamos
mais do que o olhar um do outro.
Brincávamos e éramos crianças felizes.
Às vezes ainda te espero como te esperava quando chegavas
com o uniforme lindo da tua inocência.
Há muito tempo que te espero.
Há muito tempo que não vens.

Na hora de pôr a mesa éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs,
E eu.
Depois a minha irmâ mais velha casou-se.
Depois a minha irmã mais nova casou-se.
Depois, o meu pai morreu.
Hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
Menos a minha irmã mais velha
que está na casa dela,
Menos a minha irmã mais nova,
que está na casa dela.
Menos o meu pai,
Menos a minha mãe viúva.





Cada um deles é um lugar vazio
nesta mesa onde como sozinho.
Mas irão estar sempre aqui.

Na hora de pôr a mesa,
seremos sempre cinco.
Enquanto um de nós estiver vivo,
seremos sempre cinco.

O que somos hoje poderá estar
na parede ou sótão da casa dos outros...
ou somente no vazio das lembranças "sentidas"...

Quem foi aquele(a)? perguntam ao passar.
Ou, nada disso, se o papel amarelado,
fora da moldura, em uma caixa estiver.

Aproveitemos, pois o agora!
Só esse nos pertence.
Viver o presente,
Sem regras fúteis,
Etiquetas frívolas.
E sentimentos banais.

>José Luís Peixoto<




No amor, nem sempre são as faltas o que mais nos prejudica, mas sim a maneira como procedemos depois de as ter cometido. "Oví­dio"