Rabindranath Tagore
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Eu me recordo de já ter vivido, |
|
|
|
|
|
|
Imagem: AD |
Imagem: Philip Greenspun |
|
|
Quem agora chora |
Se te pareço ausente, não creias: |
Imagem: AD |
|
Sozinho, sentado à mesa de jantar, o resto da casa às escuras, comecei a chorar.
Finalmente tinha conseguido colocar os dois meninos na cama.
Pai solteiro há pouco tempo, tinha de ser pai e mãe para meus filhos.
Dera banho nos dois, com suas risadas de prazer, corridas malucas pela casa, gargalhando e jogando coisas um no outro. Mais ou menos acalmados, deitaram para eu fazer em cada um os prescritos cinco minutos de massagem. Peguei, então, o violão e comecei meu ritual noturno de músicas folclóricas, terminando com a favorita dos dois meninos. Cantei-a repetidamente, reduzindo aos poucos o ritmo e o volume até que estivessem aparentemente dormindo.
Recentemente divorciado, com a custódia dos filhos, estava determinado a lhes proporcionar uma vida doméstica a mais normal e estável possível. Para eles, estava sempre feliz. Tentava, ao máximo, manter as atividades costumeiras sem muitas alterações. Esse ritual noturno sempre acontecera. A única diferença é que agora a mãe estava ausente. Eu conseguira realiza-lo mais uma vez: outra noite concluída com sucesso.
Imagem: AD |
Eu me levantei devagar, cuidadosamente, tentando não fazer nenhum barulho que pudesse despertá-los, pedindo mais canções e mais histórias. Saí do quarto na ponta dos pés, fechei a porta até a metade e desci as escadas.
Sentado à mesa de jantar, joguei-me na cadeira, ciente de que era a primeira vez, desde que chegara em casa do trabalho, que conseguia me sentar. Tinha cozinhado e servido o jantar aos meninos, batalhando para que comessem. Tinha lavado a louça ao mesmo tempo em que tentava lhes dar a atenção que exigiam. Ajudara o mais velho com o dever de casa. Tinha elogiado os desenhos do mais novo e exclamado ohs! De admiração com sua elaborada construção com os blocos de Lego. O banho, as histórias, as massagens nas costas, as canções, e agora, finalmente, um pequeno momento só para mim. O silêncio era um alívio, por enquanto.
Imagem: AD |
Então tudo se acumulou em mim: a fadiga, o peso da responsabilidade, a preocupação com as contas que não tinha a certeza de poder pagar naquele mês. Os detalhes infindáveis do dia-a-dia de uma casa.
Até a pouco tempo estava casado e tinha alguém para dividir essas tarefas, essas contas e essas preocupações.
E a solidão. Eu me sentia como se estivesse no fundo de um grande mar de solidão. Tudo aquilo vinha junto e eu estava completamente perdido, indefeso. Comecei a chorar, inesperada e convulsivamente. Fiquei ali, em silêncio, soluçando.
Bem nessa hora um par de bracinhos me rodeou pela cintura e um rosto me examinou com atenção. Olhei para a carinha simpática do meu filho de cinco anos.
Fiquei envergonhado por meu filho me ver chorando.
- Desculpe, filho... não sabia que você ainda estava acordado.
Não sei por que isso acontece, mas tantas pessoas se desculpam quando choram, e não sou exceção.
- Eu não queria chorar. Desculpe. Estou um pouco triste hoje.
- Tudo bem, papai. Não tem problema chorar, você é apenas uma pessoa.
Não posso descrever como me deixou feliz aquele garotinho que, com a sabedoria da inocência, me deu permissão para chorar. Parecia que estava dizendo que eu não tinha de ser sempre forte, que às vezes podia me permitir ser fraco e demonstrar meus sentimentos.
Ele deslizou para o meu colo e ficamos abraçados, conversando um pouco. Eu o levei de volta para a cama e o ajeitei entre as cobertas. De alguma forma, eu também consegui dormir naquela noite.
Hanoch McCarty
Imagem: Maurizio Moro1 |
O Pai não é somente aquele que fecunda, mas o que nos adota como filho.
Imagem:Edward Gordon |
|
|
|
|
|
Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta. [Tg 2:26]
|
Imagem: AD |
"A Vida é uma oportunidade, aproveite-a.
A Vida é beleza, admire-a.
A Vida é benção, aproveite-a.
A Vida é um sonho, concretize-o.
A Vida é um desafio, enfrente-o.
A Vida é um dever, cumpra-o!
A Vida é um jogo, jogue-o.
A Vida é preciosa, cuide bem dela.
A Vida é riqueza, conserve-a.
A Vida é amor, desfrute-o.
A Vida é mistério, descubra-o.
A Vida é uma promessa, cumpra-a.
A Vida é tristeza, supere-a.
A Vida é uma música, cante-a.
A Vida é um combate, aceite-o.
A Vida é uma tragédia, supere-a.
A Vida é uma aventura, ouse-a.
A Vida é sorte, faça-a.
A Vida é demasiado preciosa, não a destrua.
A Vida é vida, defenda-a!"
Madre Teresa de Calcutá
|
Imagem: Philip Greenspun |
|
Imagem: Philip Greenspun |
|
|
Um livro para a gente pegar e ler quando quisesse esquecer a vida real... Eu entendo a Arte como sendo uma errata da vida. A página tal, onde se lê isto, leia-se aquilo... |
Imagem: AD |
Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror.
|
Imagem: AD |
O meu amigo mais íntimo é o sujeito que vejo todas as manhãs no espelho do quarto de banho, à hora onírica em que passo pelo rosto o aparelho de barbear. Estabelecemos diálogos mudos, numa linguagem misteriosa feita de imagens, ecos de vozes, alheias ou nossas, antigas ou recentes, relâmpagos súbitos que iluminam faces e fatos remotos ou próximos, nos corredores do passado - e às vezes, inexplicavelmente, do futuro - enfim, uma conversa que, quando analisamos os sonhos da noite, parece processar-se fora do tempo e do espaço. Surpreendo-me quase sempre em perfeito acordo com o que o Outro diz ou pensa. Sinto, no entanto, um pálido e acanhado desconforto por saber que existe no mundo alguém que conhece tão bem os meus segredos e fraquezas, uns olhos assim tão familiarizados com a minha nudez de corpo e espírito. Talvez seja por isso que com certa freqüência entramos em conflito. Mas a ridícula e bela verdade é que no fundo, bem feitas as contas, nós nos queremos um grande bem. Estamos habituados um ao outro. Envelhecemos juntos. A face do Outro é o meu calendário implacável. "Os cabelos te fogem, homem" - murmuro-lhe às vezes - "Tuas carnes se tornas flácidas. Vejo a escrita do tempo no pergaminho do teu rosto". - "E como imaginas |
Imagem:desconheço a autoria |
Obrigada, Thais, pelo reencontro. Final de tarde, domingo solitário. Rostos corados, pela suada |
Imagem: desconheço a autoria |
|
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas |
Imagem: Mikhail Garmash |
Imagem: desconheço a autoria. |
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Carlos Drummond de Andrade. |
Imagem: desconheço a autoria. |
Imagem: desconheço a autoria. |
nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além |
Imagem: desconheço autoria. |
Imagem: Robert Farnham |
Na Margem do Rio Piedra... |
Imagem: Robert Kocs |
Não é preciso ser um quarto para ser mal-assombrado. Nem é preciso ser uma casa; A mente tem corredores que superam qualquer lugar concreto. Emily Dickinson |
Imagens: autoria desconhecida
Nos instantes que passam
o sentimento vivido
a saudade sentida
o amor bonito e a vida sofrida
Seguem seus caminhos
quem saberá do momento esquecido?
que mãos acharão as folhas soltas,
entregues ao acaso do sonhado encontro?
O vento,
tudo leva...
sentimentos presos e palavras escritas.
Que olhos sentirão a minha dor,
de não poder ler as palavras de amor,
rabiscadas no papel perdido
de um indiferente acaso?
Alguém saberá do meu amor?
encontrará o meu sonho?
não...
alguém nada mais é do que um pronome,
neste caso, simples acaso
que une sentimentos que se perdem com o tempo.
Psy
Imagens: H. Hargrova
Para encher um vazio |
Imagens: autoria desconhecida
|
|
Imagem: autoria desconhecida
|